Porque o Empoderamento Feminino pode estar destruindo o seu poder de Ser Mulher [de verdade]
Uma vez me disseram que LinkedIn não é lugar para falar de sexo, amor, relações humanas e, principalmente, sobre Ser Mulher.
“É uma rede profissional, foca em Comunicação e Marketing mesmo.”
Então, eu tentei me fragmentar.
No Instagram, eu era a coach e futura psicóloga-terapeuta. No LinkedIn, a escritora e conteudista. Em casa, a princesa e esposa perfeita. Aqui dentro, eu já não sabia. Lá fora? Não existia. Alooou! Estamos falando de uma pandemia.
(Sim, mais uma de tantas histórias pandêmicas que você deve estar saturada de ver aqui na rede. Mas eu te prometo fazer diferente. Não vou falar sobre como a pandemia me fez mudar.)
Vou falar sobre como eu, desde muito antes dela, me fiz uma mulher cada vez mais inteira.
Não como quem se tornou um pacote completo em feminilidade e expectativas alheias. Mas completa em si mesma. Não como quem descobriu a fórmula da mulher-que-dá-conta-de-tudo. Mas se deu conta de que pode ser tudo o que quiser e fizer sentido.
Uma mulher empoderada de verdade. Porque se apropriou de sua vida e poder para já não dever nada para ninguém. Não porque se armou de desconfianças, insatisfações e além.
Acontece que vejo por aí muitas definições deturpadas e perturbadas sobre o que é, afinal, ser mulher. Em pleno 2022, o ano pós-pandemia, quando deveríamos todos estar iluminados pelo terceiro olho que se abriu quando as portas das nossas casas se fecharam (só-que-não).
Veja bem, eu não estou de forma alguma falando apenas sobre as visões antiquadas e associadas ao clássico-nem-tão-incontemporâneo-assim “bela, recatada e do lar”. Desse, arrisco dizer que estamos saturadíssimas e até ariscas de escutar e reclamar.
Eu mesma já protestei e declarei o mesmo em meu último texto publicado por aqui. Sobre o quanto “mulher para casar é [insira aqui a frase-que-já-não-pode-mais-ser-citada-em-voz-alta]”.
Abre o parêntese. Texto esse que, diga-se de passagem, também foi apontado pelo mesmo que trouxe a questão pontuada no início desse artigo como, no mínimo, “inadequado para o LinkedIn”. Fecha parentes. Digo: parêntese (risos).
Pois eu ousaria replicar que não só é muito adequado, como pertinente. Afinal, o mundo e o mercado e nem-tão-somente-o-patriarcado são insistentes em nos ditar que tipo de mulher devemos ser e onde podemos ser.
Aqui, eu gostaria de aprofundar no que realmente enrolei tanto para te falar: o feminismo e o empoderamento feminino também podem estar, sorrateiramente, destruindo o seu poder de Ser Mulher. De verdade.
Mas calma! Esse também não é um texto sobre voltarmos para a cozinha, ficarmos caladas e deixar o marido pagar a conta. É sobre voltarmos para nós mesmas, ficarmos menos chatas e delegar o que não estamos dando conta.
Ao invés de nos tornarmos mais fortes, independentes e felizes sozinhas, por que não nos tornarmos mais livres, vulneráveis e ainda mais felizes em família (qualquer que seja a sua)?
Esse não é um discurso anti-feminista.
É apenas um convite ao encontro e equilíbrio entre a conservadora-recatada e a guerreira-rebelde que te habitam. Por mais que uma possa estar marcando presença maior do que a outra em sua mesa. Hoje, vamos chamar ambas para a ceia.
Seja bem-vinda. Senta aqui. Fica à vontade.
Pega seu café, seu chá, seu suco, seu vinho, sua cerveja, sua caipirinha ou sua água. Pega o que quiser e fizer sentido. Mas, acima de tudo, pega na minha mão e na sua e vamos juntas.
Vamos juntas, pois eu decidi criar a Newsletter “Ser Mulher, Livre e Feliz”, justamente para conversarmos sobre o meu, o seu, o nosso processo de ser a melhor mulher que for possível e desejável em nossa realidade, com liberdade e felicidade.
Então, antes de mais nada, segue em anexo algumas frases que podem estar sendo tão nocivas para ti (como foram para mim) quanto aquela “antiquada”:
“Mulher empoderada se basta.”
“Você precisa ser feliz sozinha.”
“Não dependa de macho para nada.”
“Filho é atraso de vida.”
“Foca na sua carreira, ela não vai acordar um dia e dizer que já não te ama mais.”
E tantas coisas mais.
Não me entenda mal, sei muito bem as melhores e tão boas intenções por trás de cada uma delas. Mas… “de boas intenções, o inferno está cheio”. Não é mesmo?
Ser essa “mulher empoderada” tem infernizado a cabeça e o coração de muitas de nós.
Estamos cada vez mais rigorosas, exigentes e críticas conosco mesmas e com os outros. Perdemos o poder de confiar, servir, amar. Presas em uma casca grossa, na defensiva, esperando o próximo ataque do “macho escroto”. Jamais auxílio e apoio de homem algum.
É por isso que eu precisava te falar que hoje, só por hoje, você pode chorar.
Você pode desabafar.
Você pode relaxar.
Você pode descansar.
Você pode pedir ajuda e delegar.
Você pode tirar a armadura, se render e ser você.
Você não tem que dar conta de tudo.
Saber o momento de parar tudo e a capacidade de se acolher e se cuidar, definitivamente, faz uma mulher muito melhor. Para si mesma e para aqueles que ama.
Você não tem que se bastar, se isolar, se fechar, se fortalecer, se enrijecer, se profissionalizar e especializar em tudo e mais um pouco para o merda do mercado te valorizar.
Você não tem que se “empoderar” de poderes que nem lhe servem de nada além de se masculinizar e adoecer como ser humano, que pode muito mais se souber integrar os dois lados, yin e yang, num só sistema.
Yin, também conhecido como “feminino”. É nossa criatividade, nosso acolhimento, nossa empatia, nosso cuidado. Yang, denominado como nosso “masculino”. É nossa realização, nosso planejamento, nossa resiliência, nosso posicionamento.
Ambos, feminino e masculino, são energias importantes.
Porém, quando nos deixamos levar pelo ideal tanto da mulher [feminina] “bela…” (você-sabe-quem) quanto da mulher [masculina] empoderada, estamos nos deixando para trás. Em pedaços.
É chegada a hora de coletar nossos ossos, juntar nossas peças, deixar ir versões moldadas.
É urgente o chamado interno, pulsante e ardente para sermos nós mesmas. Por inteiras.
E aí?! Você vem? {♡}
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Isabela D. Allan
Sou escritora, coach e terapeuta. Uma mulher que veio ao mundo com a missão de viver a própria vida e criar a própria realidade. Através da própria verdade e liberdade. Assim, tornar livres todas as pessoas a minha volta.
Não nasci para ser comum nem me encaixar. Nasci para questionar e provocar.
Encontrei na escrita uma maneira de organizar meus pensamentos, aquietar meu coração e conhecer a mim mesma.
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